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Exercícios íntimos melhoram a saúde e o prazer das mulheres

Porque o enfraquecimento da musculatura acontece, técnicas para fortalecê-la e os benefícios foram apresentados pela médica e sexóloga Jamile Ribeiro durante uma entrevista sobre o tema

07/12/2017, às 16h12

Jamile Ribeiro é médica terapeuta sexual

O número de mulheres que estão praticando os chamados exercícios íntimos tem aumentado consideravelmente nos últimos anos. Apesar da disseminação do tema, estudos mostram que ainda existe uma parcela de aproximadamente 30% que desconhecem ou não conseguem realizar os exercícios.

Para esclarecer tudo sobre ginástica íntima, o Jornal O+Positivo convidou a médica e sexóloga Jamile Ribeiro, que possui mais de 30 anos de experiência.

A profissional começou explicando que a musculatura vaginal é como qualquer outra parte do corpo que precisa ser treinada para estar fortalecida. “Se nós, mulheres, nos preocupamos e investimos nosso tempo em praticar exercícios físicos e fortalecer os músculos do corpo, o mesmo deveria ser feito com a musculatura da vagina”, destaca. Jamile argumenta que a prática é “recomendada por profissionais médicos, educadores físicos e também fisioterapeutas”.

Antes de falar da ginástica em si e dos benefícios que ela proporciona a médica também explicou em que momento da vida da mulher o relaxamento dessa musculatura acontece. “Geralmente fica mais acentuado após a gravidez, parto, aumento de peso, menopausa e alterações hormonais. Acontece que as mulheres sentem que a vagina está mais flácida ou mais larga mesmo”, esclarece.

“É aí que entram os exercícios, mas não significa que é preciso esperar a flacidez chegar para começar a trabalhar a musculatura”, pondera.

“Os exercícios consistem em contrair e relaxar voluntariamente a musculatura vaginal, assim serão reconhecidos os músculos que são contraídos durante o exercício”, explica a médica.

Jamile Ribeiro disse que a melhor forma de iniciar os exercícios é interromper o jato urinário no momento em que estiver fazendo xixi e em seguida soltá-lo. “Mas não é apenas no momento em que estiver urinando. Enquanto dirige, vê TV, durante o banho ou em qualquer hora do dia e em qualquer lugar e quando estiver dominando os exercícios, faça durante a relação sexual”, orientou. “Nesses casos os exercícios devem ser feitos em três séries de 15 vezes com um intervalo de um minuto, três vezes ao dia. Sempre da mesma forma, contraindo e relaxando”, ensina.

Segundo a médica a prática dos exercícios íntimos oferece uma série de benefícios para a saúde da mulher. De acordo com ela, estudos comprovam que, além do enrijecimento da musculatura vaginal, existe um relaxamento muscular. “Benefícios também podem ser notados no momento de urinar, previne a queda de bexiga e útero, ajuda a controlar a incontinência urinária, diminui o ressecamento vaginal e ainda ajuda no pré parto normal e consequentemente na recuperação do pós parto normal”.

Alguns dos benefícios para a vida sexual também foram listados por Jamile. “Aumenta a capacidade de proporcionar e sentir prazer, já que durante o orgasmo existe uma contração involuntária dessa musculatura e se ela está mais fortalecida a resposta será mais adequada, controla a eliminação de gases pela vagina, que é constrangedor devido o barulho, aumenta a libido, que é o desejo e ainda aumenta a lubrificação vaginal e a sensibilidade no contato com o órgão genital masculino”. E tem mais, completa a profissional, “contribui para a auto estima, já que as mulheres se sentem mais seguras, sexualmente falando”.

 

Outras técnicas

Quem pretende fortalecer a musculatura vaginal ou perineal também pode usar acessórios como bolinhas de Ben wa ou peças com peso de 30, 40 ou 50 gramas, mais conhecidos como “cones vaginais”.

Além dos exercícios ou ginástica íntima e dos acessórios, existe ainda o tratamento fisioterapêutico que auxilia as mulheres que apresentam problemas de enfraquecimento dessa musculatura. Entre eles, a Eletroestimulação, que é usado em especial nas mulheres que têm dificuldade para realizar estes exercícios. Nessa técnica os eletrodos do aparelho de eletroestimulação são colocados sobre a pele ou introduzidos via vaginal ou anal, onde correntes elétricas provocam a contração dessa musculatura.

Jamile orienta que a ajuda de um profissional da área para avaliar a musculatura do canal vaginal através de um exame ginecológico é fundamental.

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