Sem nenhum tratamento, esgoto do presídio de Piranhas é despejado no Córrego Olaria
Problema existe há mais de 15 anos sem que o Estado tome providência. O diretor da cadeia diz que “não tem recurso disponível para custear” qualquer obra. Jornal O+Positivo já denunciou o crime ambiental
14/11/2017, às 23h11
O esgoto sanitário do presídio de Piranhas está sendo despejado no Córrego Olaria, sem nenhum tipo de tratamento. O crime ambiental não está sendo praticado desde ontem – ou da semana passada – a prática tem se repetido diariamente há mais de 15 anos. A responsabilidade pela assistência aos presos e pela manutenção do espaço é do Governo do Estado, mas nada tem sido feito no sentido de evitar a poluição do Córrego.
Segundo o diretor da cadeia, Ronison Carvalho, o sistema prisional do município “não tem recursos disponíveis para o custeio” de uma ação capaz de mudar a atual realidade. “Nós fomos notificados e tampamos a água que descia, mas o mau cheiro voltou e os moradores devem ter destampado novamente”, disse.
Ronison afirma ainda que chegou a conseguir o dinheiro para limpar as fossas algumas vezes, mas em poucos dias o recurso acabou. “Tenho lutado para conseguir a verba para custear essas despesas, mas, infelizmente, ainda não temos disponível”, lamenta.
Segundo o analista da Vigilância Sanitária municipal, Carlinhos Barbosa Lima, o prédio tem seis fossas que exigem manutenção de uma a três vezes por semana. “São cinco caminhões cheios todas as vezes que vai fazer a limpeza para evitar o derramamento no leito do córrego”, informou Carlinhos de Deus, como é conhecido.
O problema com o esgoto sanitário da cadeia pública de Piranhas existe há mais de 15 anos e já foi denunciado pelo Jornal O+Positivo. Incomodados com o mau cheiro e com a água que corria a céu aberto nas ruas das proximidades, os moradores resolveram tirar o problema de suas portas. A ação tomada em 2009 e 2010 foi canalizar o esgoto casa por casa até que, como em um efeito cascata, chegasse ao Córrego.
O Ministério Público já interviu algumas vezes recomendando que o cano seja tampado, mas, inconformados com o problema, os moradores reabrem a tubulação para que o esgoto continue a escorrer.