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Polícia

Polícia confirma 5 mortos e 35 feridos durante tiroteio em presídio de Goiás

Entre os mortos, está Thiago Topete, líder de quadrilha de tráfico de drogas. PM afirma que situação está controlada e que não há reféns na POG.

24/02/2017, às 09h02

As polícias Civil e Militar confirmaram que cinco detentos morreram após um tiroteio na manhã desta quinta-feira (23) na Penitenciária Odenir Guimarães (POG), em Aparecida de Goiânia, Região Metropolitana da capital. A corporação contabilizou ainda 35 feridos durante a confusão.

A assessoria dos bombeiros destacou que a corporação levou seis feridos para o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) e um para o Hospital de Urgências de Aparecida de Goiânia (Huapa). Os outros que sofreram lesões foram socorridos pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para as mesmas unidades de saúde. Do total de feridos, oito têm estado de saúde considerado grave e 11 foram medicados e retornaram à POG.

Três dos mortos já foram identificados. São eles: Thiago César de Souza, conhecido como Thiago Topete, líder de uma quadrilha de tráfico de drogas, William Seixas Silva Barbosa e Alexandre Batista França. Os outros dois ainda aguardam reconhecimento.

Segundo o presidente da Associação dos Servidores do Sistema Prisional do Estado de Goiás (Aspego), Jorimar Bastos, não se trata de uma rebelião, mas sim um conflito entre os próprios detentos. “Foi uma briga entre as alas, mas a situação já está controlada. Não houve insatisfação dos presos, mas um confronto entre eles”, disse ao G1.

Várias forças de segurança estão no local. O assessor de comunicação da PM de Goiás, tenente-coronel Ricardo Mendes, informou que a situação foi controlada e que não houve reféns. Ainda segundo ele, se envolveram presos das alas A, B, C, 310 e 320.

“A confusão começou entre duas facções rivais e foi contida pelo sistema de segurança pública. Nenhuma fuga foi registrada”, afirmou.

Ainda segundo Mendes, já foram encontradas duas armas nas vistorias feitas no presídio, no entanto, as vistorias continuam. Houve um princípio de incêndio no local, mas o militar destaca que “ainda é cedo para avaliar os prejuízos causados”.

Investigações
O delegado Gylson Mariano, assessor de imprensa da Polícia Civil, informou que a corporação deve investigar o que levou ao confronto entre os presos. “O Grupo de Investigação de Homicídios de Aparecida de Goiânia já está com equipes no local junto com a Polícia Técnico-Científica. Eles estão analisando a dinâmica, já que ainda não sabemos o que aconteceu que permitiu que presos de alas diferentes se encontrassem”, explicou.

Mariano destaca que a Polícia Civil também deve investigar como as armas encontradas com os presos entraram dentro do presídio.

Vários ônibus cheios de detentos saíram do Complexo Prisional do final da tarde. As polícias Civil e Militar não informaram quantos presos estão sendo transferidos nem para onde eles estão sendo levados.

Famílias
Dezenas de familiares dos presos ficaram durante toda a tarde na porta do Complexo Prisional e reclamaram da falta de informações. Muitos estavam emocionados e procuravam saber notícias dos detentos.

A microempreendedora Vanusa Borges da Silva, de 39 anos, estava na porta do Complexo Prisional a espera de notícias do irmão, que está preso. Ela afirma que foi até o local assim que ficou sabendo que havia uma confusão na POG.

“Disseram que várias pessoas morreram, mas ninguém confirma nada, não deixam ninguém entrar, só quero saber como ele está. Não sei se ele está machucado, eles têm que dar notícia para as famílias. É o único irmão que eu tenho”, disse.

A secretária Midiane Cristina Silva, de 18 anos, conta que ficou durante a tarde na porta do Complexo esperando por notícias do esposo. “Meu marido está lá dentro. Estou desesperada porque não dão notícias, não temos informação de nada”, afirmou.

Ao final da tarde, policiais civis e militares saíram do Complexo e divulgaram os nomes dos mortos e feridos às pessoas que estavam no local, acalmando o grupo. Eles pediram para que os familiares dos presos retornassem para suas casas ou fossem aos hospitais para ter notícias do estado de saúde dos parentes.

No início desta tarde, o advogado Gilles Gomes, representante da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO), disse que não foi autorizado a entrar na unidade para verificar a situação.

“Estamos tentando entrar para passar informações às famílias e não tivemos autorização do comando. Também estamos indignados”, afirmou.

Ao final da tarde, o representante entrou no Complexo Prisional e voltou para tranquilizar a população.

Tiago Topete
Segundo os bombeiros, um dos cinco mortos foi degolado. Pela manhã, a Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária (SSPAP) havia confirmado 11 feridos e somente a morte de Thiago Topete, que cumpria pena por tráfico de drogas e associação para o tráfico.

Segundo a polícia, Thiago Topete é o líder de uma quadrilha de tráfico de drogas. Em 2015, quando ele já cumpria pena na POG, o grupo liderado por ele foi apontado como responsável por várias mortes na capital, durante uma disputa com rivais.

A SSPAP destacou ainda que, por volta das 13h, “forças policiais e servidores providenciam o adentramento na unidade a fim de promover extensa varredura à procura de armas e outros objetos ilícitos”. Além disso, segundo a secretaria, não houve reféns e todos os servidores saíram ilesos, sendo que eles “tiveram um papel decisivo no sentido de restabelecer o diálogo e conter o tumulto”.

Fonte: G1

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